"Acabei de ler
"Febre de Bola" (Nick Hornby, torcedor fanático do Arsenal). O livro
não me surpreendeu, assim como não surpreendeu minha parceira de leitura, dona
deste blog.
Como torcedor e por
causa deste livro, me senti capaz de escrever um pouco sobre o que eu sinto ao
ver meu clube do coração jogar. Ao bem da verdade não sou um desses torcedores
fanáticos que dão a mesma importância para todos os jogos (mesmo que eles não
tenham importância nenhuma). Eu não me importo se o meu time perde uma partida
pro lanterna do campeonato desde que isto não afete a nossa posição na tabela
de classificação. E eu não falo de mantermos a posição atual no ranking e sim
de mantermos a possibilidade do título em evidência. Os clássicos nós não
podemos perder. De jeito nenhum! Perder um clássico não passa nem por longe da
cabeça de um torcedor que se preze.
Não vou explicar aqui,
não neste texto, os motivos que colocaram este clube no meu coração, até
porque, filosoficamente falando, eu já nasci corinthiano. Nenhum corinthiano se
torna corinthiano. Eles são feitos assim e pronto (alguns só descobrem mais
tarde). Sorte a deles! (ou não).
O "ou não" aí
de cima faz todo o sentido se você pensa na quantidade de corinthianos que
viveram os 23 anos de jejum findos em 1977. Meu pai, certamente, sofrera um
bocado. Imaginem o clube de vocês passando 23 anos sem um título sequer. É
difícil de acreditar que conseguíssemos sobreviver a tanto tempo sem ganhar
nada. Mas nós não só sobrevivemos como ganhamos o adjetivo de "Fiel" que
foi imediatamente anexado a "Torcida" e sem dúvida posso afirmar que
nenhum clube tem uma torcida mais fiel que a nossa. Qualquer estatística que se
faça e que envolva torcida de futebol vai evidenciar a nossa. Que o diga o Maracanã,
o Morumbi, o Pacaembu e o Japão.
Comecei a acompanhar
futebol nos anos 80, conheci a democracia corinthiana e vi uma época dourada
começar a partir dos anos 90.
Lembro-me da ansiedade
causada pelos "mata-mata" dos campeonatos daquela década. Domingo a
tarde era um dia diferente. Quando o jogo estava difícil o meu desejo era uma
falta perto da área pro "pé de anjo" converter em gol. Depois de um
tempo, dada à eficiência dos chutes do rapaz, uma falta em qualquer lugar do
campo estava de bom tamanho. Certa vez, num campeonato paulista, contra o
Palmeiras, o então goleiro Velloso achou que uma cobrança do meio de campo não
seria capaz de lhe causar perigo e abdicou do direito à barreira. Ninguém
acreditaria que o Marcelinho iria acertar um balaço daqueles. Até hoje, quando
me lembro de como as coisas aconteceram, sinto orgulho e um pouco de piedade do
goleiro adversário (Mentira!).
Aquelas tardes de
decisão sempre estarão aquecidas na minha memória. Assim como nunca vou
esquecer a felicidade de ter visto o nosso primeiro título da libertadores
(neste dia choraram os corinthianos e os "do contra"). Penso nos
torcedores que partiram antes de ter tido este prazer (o Dr.Socrátes é um dos
que mais me vem à mente). E ao passo em que a elaboração deste texto chega ao
fim, estou inteiramente pensando em como será nossa próxima partida, no campo
de um adversário difícil, e em como seria genial se nós ganhássemos com um
placar esticado de modo que todos os outros times começassem a ter certeza
(como sempre acontece) que este título, de novo, será nosso...
Só tenho uma coisa a dizer: a estrada é longa and "the game is not over".....
Inté...
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Me mande um recadinho que eu adoro....